Prefixos e sufixos em enfermagem!



Prefixos Gregos


a, an ...........privação: acloridria, afasia, anaeróbio, analgésico
an, ana........para cima, para trás: anionte, anaplasia
ana..............de novo: anamnese, anastomose
anti..............contra: antiemético, antídoto, antissepsia
apo..............separação, derivação: apócrino apófise, aponeurose
dia...............através de: diagnóstico, diafragma, diarréia, diáfise, diálise
dis...............dificuldade: disfagia, dispnéia, dislalia, distrofia, disúria
ecto.............fora de, exterior: ectoderma, ectópico, ectoparasito
endo............dentro, parte interna: endocárdio, endógeno, endotélio
epi................sobre: epiderme, epidemia, epífise, epidídimo
eu.................bem, bom: euforia, eugenia, eutanásia
exo...............para fora, externo: exoftalmia, exosmose, exógeno
hemi.............metade: hemisfério, hemiplegia, hemicrania, hemicolectomia
hiper............aumento, excesso: hipertrofia, hipertonia, hiperglicemia.
hipo.............diminuição ou posição abaixo: hipocloridria, hipocôndrio
iso...............igualdade: isotérmico, isogênico, isótopo, isotônico
meta...........mudança, sucessão: metamorfose, metafase, metacarpo
neo.............novo: neoplasia, neoformação, neologismo
oligo...........pouco: oligospermia, oligúria, oligofrênico
orto............reto, direito: ortognata, ortopedia, ortodontia
pan.............todo: pancardite, pangastrite, pandemia, pan-hipopituitarismo
pen.............escassez, pobreza: citopenia, leucopenia, linfopenia
para...........proximidade: parasito, paratiróide, paramétrio, paranormal
peri............em torno de: periarticular, periférico, peritônio, pericárdio
poli.............muito: policitema, polidipsia, polimenorréia, poliúria
pro.............anterioridade: prognóstico, proglote
sin..............idéia de conjunto, simultâneo: síndrome, sincrônico, sincício.




Prefixos latinos



ab, abs...........separação, afastamento: abscesso, abstêmio
ad ..................aproximação, adição: adsorção, adstringente
ante................anterioridade, para frente: antebraço, anteflexão
co, con............companhia: co-autor, congênere
contra.............oposição: contraceptivo, contralateral
de,des............sentido contrário, separação: desinfecção, degeneração, desnervação, dessensibilização
en....................introdução, mudança de estado, revestimento: encarcerar (hérnia), envenenar, envolver
ex....................para fora: exfoliativa (citologia), exsudato
in.....................introdução, para dentro: intubação, invaginação
inter.................posição intermediária, reciprocidade: intersexualidade, interação
intro.................para dentro: introversão, introspecção
per...................durante, através: peroperatório, peroral
pós, post..........depois, em seguida: pós-operatório, post mortem
pre....................antecedência, posição anterior: pré-coma, pré-frontal
pro....................para diante (não confundir com igual prefixo grego): pronação, protrusão
re......................repetição, volta, intensidade: repolarizar, refluxo, reforçar
retro.................atrás, para trás: retroperitônio, retroversão, retroalimentação
semi.................parcialmente, incompleto: semicírculo, seemicúpio, semimorto
sobre, super, supra..posição acima, intensidade: sobrepor, supercílio, suprapúbico, superinfecção
sub...................posição inferior, ação incompleta: subconsciente, subagudo, subliminar
trans................através, além: transmural, transaminase, transexual



Sufixos gregos



ase ...................enzima: amilase, lipase, fosfatase, transaminase
ia......................coleção, qualidade, ciência: enfermaria, assistolia, cardiologia
ismo..................doença, sistema, crença: alcoolismo, botulismo, vitalismo
íase....................doença causada por parasito ou bactéria: amebíase, hanseníase
ite......................inflamação: apendicite, gastrite, cistite, miosite
óide....................semelhante a: mastóide, esfenóide, esquizóide
oma....................tumor: mioma, carcinoma, sarcoma
ose.....................doença não inflamatória, ou degenerativa: artrose, dermatose

Qual a Diferença entre os Profissionais de Enfermagem?

Diferenças Básicas entre os Profissionais de Enfermagem:




Quanto à Escolaridade

ENFERMEIRO

Técnico de Enfermagem

Auxiliar de Enfermagem

Superior Completo
Terceiro Grau

Ensino Médio
Segundo Grau

Ensino Fundamental
Primeiro Grau







Quanto à Duração do Curso (aproximada)

ENFERMEIRO

Técnico de Enfermagem

Auxiliar de Enfermagem

4 anos

1 ano

1 ano







Quanto à Competência

(Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986)

ENFERMEIRO

Técnico de Enfermagem

Auxiliar de Enfermagem
Art. 11 - O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe:


I - privativamente:


a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem;


b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;


c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem;


d), e), f) e g) (vetados)


h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;


i) consulta de Enfermagem;


j) prescrição da assistência de Enfermagem;


l) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;


m) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;


II - como integrante da equipe de saúde:


a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde;


b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde;


c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;


d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação;


e) prevenção e controle sistemática de infecção hospitalar e de doenças transmissíveis em geral;


f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante a assistência


de Enfermagem;


g) assistência de Enfermagem à gestante, parturiente e puérpera;


h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;


i) execução do parto sem distocia;


j) educação visando à melhoria de saúde da população;


Parágrafo único - às profissionais referidas no inciso II do Art. 6º desta Lei incumbe, ainda:


a) assistência à parturiente e ao parto normal;


b) identificação das distocias obstétricas e tomada de providências até a chegada do médico;


c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de anestesia local, quando necessária.
Art. 12 - O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar, e partipação no planejamento da assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente:


a) participar da programação da assistência de Enfermagem;


b) executar ações assistenciais de Enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro, observado o disposto no Parágrafo único do Art. 11 desta Lei;


c) participar da orientação e supervisão do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar;


d) participar da equipe de saúde.
Art. 15 - As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta Lei, quando exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob orientação e supervisão de Enfermeiro.
Art. 13 - O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de Enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente:


a) observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;


b) executar ações de tratamento simples;


c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;


d) participar da equipe de saúde.
Art. 15 - As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta Lei, quando exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob orientação e supervisão de Enfermeiro.







Quanto à Competência no Pré-Hospitalar

(Portaria n.º 814/GM, de 01 de junho de 2001)

ENFERMEIRO

Técnico de Enfermagem

Auxiliar de Enfermagem
- supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel;
- executar prescrições médicas por telemedicina;
- prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica a pacientes graves e com risco de vida, que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas;
- prestar a assistência de enfermagem à gestante, a parturiente e ao recém nato;
- realizar partos sem distócia;
- participar nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde em urgências, particularmente nos programas de educação continuada;
- fazer controle de qualidade do serviço nos aspectos inerentes à sua profissão;
- subsidiar os responsáveis pelo desenvolvimento de recursos humanos para as necessidades de educação continuada da equipe;
- obedecer a Lei do Exercício Profissional e o Código de Ética de Enfermagem;
- conhecer equipamentos e realizar manobras de extração manual de vítimas.
- assistir ao enfermeiro no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de enfermagem;
- prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes em estado grave, sob supervisão direta ou à distância do profissional enfermeiro;
- participar de programas de treinamento e aprimoramento profissional especialmente em urgências/emergências;
- realizar manobras de extração manual de vítimas.
- auxiliar o enfermeiro na assistência de enfermagem;
- prestar cuidados de enfermagem a pacientes sob supervisão direta ou à distância do profissional enfermeiro;
- observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação;
- ministrar medicamentos por via oral e parenteral mediante prescrição do médico regulador por telemedicina;
- fazer curativos;
- prestar cuidados de conforto ao paciente e zelar por sua segurança;
- realizar manobras de extração manual de vítimas.







Quanto à Tripulação de Ambulâncias, Aeronaves e Embarcações

(Portaria n.º 814/GM, de 01 de junho de 2001)

ENFERMEIRO

Técnico de Enfermagem

Auxiliar de Enfermagem

Tripulante de Ambulância:


  • Tipo A
  • Tipo B
  • Tipo C *
  • Tipo D
  • Tipo E
  • Tipo F

Tripulante de Ambulância:


  • Tipo A
  • Tipo B
  • Tipo C *

Tripulante de Ambulância:


  • Tipo A
  • Tipo B
  • Tipo C *

* Tipo C: desde que tenha capacitação e certificação em suporte básico de vida e salvamento.


OBS: a Definição dos Tipos de Ambulância encontra-se abaixo.








Classificação das Ambulâncias:

(Portaria n.º 2048/GM, de 2003)

TIPO A

Trasporte

TIPO B

Suporte Básico

TIPO C

Resgate

TIPO D

Suporte Avançado

TIPO E

Aeronave

TIPO F

Embarcação
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM (ABEn)


             A ABEn foi fundada em 12 de agosto de 1926 sob a denominação de Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas; é uma sociedade civil com personalidade jurídica que congrega enfermeiros, obstetrizes, técnicos e auxiliares de enfermagem e estudantes do curso de graduação e de educação profissional de nível técnico que a ela se associam individual e livremente.
             Por um bom tempo a associação ficou inativa, até que em 1944 um grupo de enfermeiras resolveu reergue-la com o nome de Associação Brasileira de Enfermeiras Diplomadas, denominação modificada em 21 de agosto de 1964 para Associação Brasileira de Enfermagem. Seus estatutos foram aprovados em 18 de setembro de 1945. Foram criadas seções estaduais e coordenadorias de comissões. É uma entidade de âmbito nacional, de caráter não-governamental e de direito privado, reconhecida como de utilidade publica conforme Decreto Federal nº 31.417/52, publicado no Diário Oficial da União de 11 de setembro de 1952.
Conselho Federal de Enfermagem; Conselhos Regionais de Enfermagem


            Em 12 de julho de 1973, pela Lei nº 5.905 foram criados os conselhos federal e regionais de enfermagem, constituindo em seu conjunto autarquias federais vinculadas ao Ministério do Trabalho e à Previdência Social. O conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos disciplinadores do exercício da profissão de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem.

            Em cada estado existe um Conselho Regional, os quais estão subordinados ao Conselho Federal sediado no Rio de Janeiro e com escritório federal em Brasília.

            Os Conselhos Regionais são dirigidos pelos próprios inscritos, que formam chapas e concorrem às eleições. O mandado dos membros do Cofen/Corens é honorífico e tem duração de três anos, com direito de apenas uma reeleição. O plenário do Cofen é composto de profissionais eleitos pelos presidentes dos Corens. O objetivo primordial é zelar pela qualidade dos profissionais de enfermagem e pelo cumprimento da Lei do Exercício Profissional.


Principais Legislações:


·        Lei 5.905/73 que dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e regionais de Enfermagem;

·         Lei 7.498/86 que dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem;

·         Decreto 94.406/87 que regulamenta a Lei 7.498/86;

·         Resolução COFEN- 240/2000 que aprova o Código de ética dos profissionais.
A ENFERMAGEM NO BRASIL


      No Brasil faltam dados seguros sobre os primórdios da enfermagem, logo após o descobrimento. Sabe-se que Anchieta teve ação fundamental na fundação de Santas Casas – casas de caridade muito comuns em Portugal, destinadas a tratar doentes mitos dos religiosos que vieram para a colônia trabalharam como enfermeiros com o auxilio de serviços escravos.
            À medida que chegavam também as religiosas à colônia, elas passavam a assumir o comando desses estabelecimentos. A primeira voluntaria não religiosa no Brasil foi Francisca de Sande, que viveu na Bahia no século XVII e dedicou-se ao atendimento de doentes e pobres. Até 1860 apesar de varias realizações no campo da medicina no Brasil, no campo da enfermagem poucas podem ser registradas, apesar de o sistema Nightingale já estar se difundindo nessa época em outros países. A concepção das funções da enfermagem em nosso país foi estabelecida inicialmente por médicos, e as primeiras tentativas de cursos específicos ainda eram muito rudimentares.
            No tempo do Brasil Império destaca-se a atuação de Anna Justina Ferreira Nery, que por autorização especial do presidente da província, atuou na guerra do Brasil contra o Paraguai, em 1865, atendendo aos feridos. Considerada a “mãe dos brasileiros”, tornou-se símbolo nacional da profissão da enfermagem.
            Os primeiros cursos de enfermagem no Brasil – destinados a formar voluntários para os serviços de enfermagem em função das epidemias freqüentes que assolavam o país – Com forte incentivo do médico sanitarista Oswaldo Cruz, foi fundada em 1923 a Escola de Enfermagem do Departamento Nacional de Saúde do Rio de Janeiro, posteriormente chamada de Escola de Enfermagem Anna Nery.
            Inicialmente os trabalhos dessa escola foram dirigidos por enfermeiros formados em outros países: somente em 1931 a escola teve sua primeira enfermeira diretora brasileira: Raquel Haddock Lobo, pioneira da enfermagem no Brasil.
            Aos poucos os cursos foram difundidos pelo Brasil com a criação de novas escolas, inclusive de cursos voltados para a formação de auxiliares e técnicos de enfermagem.

Como Tudo Começou!

A HISTÓRIA DA ENFERMAGEM


            Para que se compreenda a evolução da enfermagem como profissão é necessário retroceder no tempo e acompanhar seu desenvolvimento ao longo da história. A enfermagem originou-se do desejo de manter as pessoas saudáveis, propiciando mais conforto e cuidado aos que estivessem com a saúde comprometida.

            A história da enfermagem se confunde com a história de uma mulher chamada Florence Nightingale, no inicio do século XV, na época de reis, rainhas, castelos e guerras cresceu um movimento religioso denominado Reforma Religiosa o conhecimento da população a respeito da higiene era insuficiente e havia muitos órfãos, mendigos, refugiados e vadios. As religiosas cuidavam dos enfermos, mas após a reforma religiosa não tinham mais espaço para seu trabalho voluntário, sendo convidados a se retirar dos hospitais.

            Nessa época as mulheres tinham um espaço de trabalho precário e por sua vez lhes foram oferecidas vagas como enfermeiras em hospitais cujas condições não eram das mais favoráveis. A jornada de trabalho muito longa e o salário muito pequeno. As pessoas diferenciadas que adoeciam eram tratadas em casa, e apenas os menos favorecidos e abandonados eram tratados em hospitais. Esse cenário não agradava em nada as mulheres da época, por isso os moribundos hospitalizados ficavam a mercê de ex-presidiárias e prostitutas que eram verdadeiras mercenárias.

            A qualidade da assistência era péssima e a imagem da enfermagem e dos hospitais, pior, instalam-se então os “anos negros da enfermagem”. Os enfermos precisavam urgentemente de pessoas qualificadas para tratá-los com dignidade. Grupos de religiosos começaram a desenvolver trabalhos assistenciais com a população mais necessitada, e homens brilhantes começaram a dar contribuições vitais para o conhecimento médico.

            Em 12 de maio de 1820 nasce Florence Nightingale, mais tarde considerada a mãe da enfermagem moderna. Desde a infância, Florence manifestou desejo de cuidar de pessoas e de animais doentes; muito culta aos 17 anos já falava vários idiomas, entre eles o latim e o grego. Teve uma educação ampla, fato pouco comum para as mulheres do século XIX, mas mesmo com todos os seus predicados pensou em seguir a vida religiosa, só aos 24 anos começou a pensar em realizar seu sonho de desenvolver a pratica do “cuidar” em hospitais. Seus pais se opuseram à idéia e seu desejo foi reprimido, a final de contas, a atividade de enfermagem estava associada à classe trabalhadora, sem contar com as péssimas condições sanitárias e as precárias instalações dos hospitais da época.

            Em 1836, Theodor Fliedner, pastor protestante em Kaiserwerth, Alemanha, havia aberto um hospital em uma fábrica têxtil desocupada. Contava apenas com uma enfermeira, um cliente e uma cozinheira. O empreendimento não deu certo e o pastor resolveu transformar o hospital em uma escola de enfermagem, certo médico e sua filha se uniram ao pastor, contribuindo para o treinamento das camponesas do local com aulas de boas maneiras, higiene, comportamento, leitura, escrita e cálculos matemáticos. Objetivando transformá-las em enfermeiras. Enquanto isso, também na Alemanha era preparado o primeiro manual para as estudantes de enfermagem, elaborado por um médico.

            Em 1850, Florence visitou o instituto de Theodor Fliedner, com 14 dias e candidatou-se à admissão na escola. Foi admitida ao programa de enfermagem em 6 de julho de 1851 para o estagio de três meses. Com marcada personalidade Florence concentrou-se em seus objetivos e não nos obstáculos, e aos 31 anos conseguiu autorização para estudar lá. A instituição possuía cem leitos e outras obras assistenciais. Em 1854, por convite de seu amigo Sidney Herbert, até então secretário de guerra, Florence desembarcou em Scutari com seu próprio exercito feminino composto de 38 enfermeiras, todas nobres como ela, dispostas a assistir os feridos da guerra da Criméia. Florence permaneceu nessa localidade por 19 meses. Quando chegou a taxa de mortalidade por doenças era de 43% devido a total falta de recursos e conhecimento da população. As doenças identificadas eram cólera, disenteria e tifo. Os oficiais militares e médicos eram contra a idéia de Florence de reformar os hospitais de base.

            Florence, então, escreveu ao jornal The Times denunciando as más condições dos soldados da Armada Britânica nos hospitais da base. Seis meses mais tarde Florence e sua tropa feminina conseguiram reduzir o índice de mortalidade para 2,2% garça a muitas orientações dadas sobre a importância da higiene individual, coletiva e ambiental. Ela se preocupava com o bem estar geral do soldado inglês, quer doente, quer saudável, ou seja, em plena guerra, séculos atrás, tinha uma visão holística do ser humano.
            Mesmo com toda precariedade do local, planejou lavanderia, biblioteca, auxilio na redação de cartas, sistema bancário para que os soldados pudessem economizar, hospedaria para as famílias que acompanhavam os soldados e principalmente conforto aos moribundos. Foi então convidada a organizar os hospitais militares e nesse momento lançou as bases dos modernos serviços de enfermagem e infra-estrutura hospitalar.

            Visitava os doentes abandonados durante a noite, sempre carregando consigo uma lâmpada para iluminar o caminho. Devido a essa pratica, ficou conhecida como a dama da lâmpada, considerada hoje o símbolo da enfermagem.

             Em 1856 tronou-se heroína na Grã-Bretanha devido aos resultados positivos obtidos na área assistencial com soldados durante a guerra. Escreveu vários livros e, com ajuda de amigos abastados e a influência de John Delano, arrecadou 59 mil libras para melhorar a qualidade da enfermagem.

             Em 1860 fundou a Nightingale School & Home for Nurses no conceituado hospital Saint Thomas, na Inglaterra. Treinava a criadagem dos nobres ingleses para a assistência domiciliar.

             Aos 75 anos, já adoecida, ficou cega e perdeu a lucidez. Recebeu cuidados integrais de enfermagem e viveu por mais quinze anos, morrendo em Londres, em 13 de agosto de 1910, aos 90 anos.

             Florence defendia a idéia de era melhor ter enfermeiras bem treinadas que mulheres médicas. É considerada um marco na enfermagem devido a sua obstinação em concretizar seus objetivos, dando formato, magnitude e nobreza aos cuidados prestados aos doentes. Transformou o cuidado em uma bela arte e a enfermagem na mais bela das artes.